terça-feira, 12 de outubro de 2010

Arte - Protesto - Comunicação!

Grafiteiro dribla o mar de placas de políticos usadas nestas eleições para criar genuína arte de protesto. Mais uma vez a arte comunica.
"As eleições 2010 terminaram, ao menos no voto para deputado federal, estadual e senador. No entanto, oito Estados mais o Distrito Federal vão para o segundo turno na corrida para governador e o Brasil volta às urnas para definir o presidente do país.
Além dos candidatos “palhaços” e dos famosos que povoaram a lista de elegíveis, as eleições foram marcadas mais uma vez pela sujeira gerada na campanha. Até São Paulo, cujo prefeito se exibe orgulhoso por uma lei que garante a “Cidade Limpa”, se viu inundada de santinhos e cavaletes por todas as partes.
Quem é que não se viu frente a frente com uma dessas propagandas e teve vontade de tirá-la do caminho a base de pontapés ou até, quem sabe, desenhar um belo bigode ou chifrinhos no candidato que estivesse pela frente? Pois o “sistema” tem suas defesas: se você fizesse isso, poderia ser preso por crime eleitoral, com pena de até seis meses de prisão e multa entre R$ 1.635 a R$ 2.180.


No entanto, não foi isso que impediu o grafiteiro Mundano de demonstrar sua insatisfação em relação à poluição visual com que foi obrigado a conviver. Conhecido por seu trabalho de contestação, o artista de 24 anos, tirou a iniciativa da reciclagem do material eleitoral de uma ideia antiga que teve. ” Há uns anos, eu costumava pegar muitas placas de lançamentos imobiliários, que eram enormes e de um material perfeito para pintar, mas com a lei Cidade Limpa, elas foram extintas”, lembra.

O grafiteiro esteve fora de São Paulo para produzir trabalhos em outros cantos e se assustou com o volume de propagandas quando voltou. “Eu fiquei espantado com a quantidade e soube que a maioria delas estavam irregulares e nada acontecia”, conta. A partir dai e de intervenções do grafiteiroPixotosco, Mundano resolveu produzir sua arte em cima do material político.
O jovem artista de rua é crítico em relação à política, principalmente em relação aos famosos que se destacaram esse ano. “Tosqueira pura. Mas isso num é novidade aqui no Brasil, já temos um histórico bem trash de celebridades falidas que foram eleitas. O problema num é eles concorrerem, porque isso é um direito de todos, e sim o povo votar neles”. O grafiteiro parece não mais se surpreender com a alienação do eleitor, e tem opinião firme sobre o asunto. “Os verdadeiros ‘tiriricas’ são os próprios eleitores brasileiros”."

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